O Palácio de Monserrate insere-se no Parque de Monserrate, situado na
Freguesia de São Martinho.
O palácio foi projectado pelos arquitectos Thomas James Knowles (pai e
filho) e construído em 1858, por ordem de Sir Francis Cook, visconde de
Monserrate. A elaboração dos jardins soube explorar as particularidades
micro-climáticas da Serra, obtendo-se, deste modo, um magnífico parque, no qual
se podem observar, ainda hoje, mais de 3.000 espécies exóticas.
Este palácio, que foi a residência de Verão da família Cook, foi construído
sobre as ruínas da mansão neo-gótica edificada pelo comerciante inglês Gerard
de Visme, o responsável pelo primeiro palácio de Monserrate. William Beckford
alugou a propriedade em 1793, realizando obras no palácio, começando a criar um
jardim paisagístico. É um exemplar sugestivo do Romantismo português, ao lado
de outros palácios na região, como o Palácio da Pena. Actualmente encontra-se
classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1978.
O Palácio de Monserrate foi visitado por Lord Byron, poeta anglo-escocês e
figura grada do Movimento Romântico. Visitou a quinta em 1809 e cantou a sua
beleza no poema "Childe Harold's Pilgrimage". O Palácio de Monserrate
tem ainda uma breve aparição na mini-série de TV, 'As Viagens de Gulliver', de
1996.
Por entre árvores dos quatro cantos do mundo, cascatas e lagos, caminhar no
Parque de Monserrate é sentir-se envolvido por uma mística romântica.
HISTORIA
A quatro quilómetros do centro histórico de Sintra, situam-se o Palácio e o
Parque de Monserrate, testemunhos ímpares dos ecletismos do século XIX, onde os motivos exóticos e vegetalistas da decoração interior se prolongam harmoniosamente no exterior. O relvado fronteiro ao palácio permite o descanso merecido, durante a descoberta de um dos mais ricos jardins botânicos portugueses e uma das mais belas criações paisagísticas do Romantismo em Portugal.
A Quinta de Monserrate foi arrendada por Gerard de Visme (1789), rico comerciante inglês, que aí construiu uma casa em estilo neogótico. William Beckford subarrendou Monserrate em 1793-1794 mas, em 1809, quando Lord Byron visita a propriedade, a casa já estava em ruínas. O aspeto sublime da propriedade foi fonte de inspiração para o poeta, que cantou Monserrate na sua obra Childe Harold’s Pilgrimage, após o que a quinta se tornou num local de visita obrigatória de viajantes estrangeiros, sobretudo ingleses, que o descreveram em inúmeros relatos de viagens e o ilustraram em gravuras.
Um dos visitantes famosos foi Francis Cook, outro muito rico industrial inglês mais tarde agraciado pelo rei D. Luís com o título de Visconde de Monserrate, que sub-rogou a propriedade em 1856. A aquisição efetiva da propriedade acontece em 1863, iniciando, com o arquiteto James Knowles, a transformação do que restava da casa de De Visme. O Palácio de Monserrate, que exibe, na sua decoração, influências medievais e orientalizantes, é, com o Palácio da Pena, um dos mais importantes exemplos da arquitetura romântica em Portugal.
Os jardins circundantes receberam espécies vindas de todo o mundo e foram organizados por áreas geográficas, de que se salienta o do México, refletindo as diversas origens das plantas e compondo cenários ao longo de caminhos, por entre ruínas, recantos, lagos e cascatas. É assim, graças à intervenção do pintor William Stockdale e do mestre jardineiro Francis Burt e, acima de tudo, ao espírito romântico de Francis Cook, que podemos hoje encontrar o Parque de Monserrate tal como ele é. Nos diversos jardins encontram-se cenários contrastantes onde – ao longo de caminhos sinuosos e em convívio com espécies espontâneas da região (como os medronheiros de porte arbóreo, os azevinhos e os imponentes sobreiros) – surgem ancestrais araucárias e palmeiras, fetos arbóreos de Austrália e Nova Zelândia e agaves e yuccas que recriam um cenário do México. Neste passeio pelos cinco continentes através da botânica também se destacam as camélias, azáleas, rododendros e bambus, evocando um jardim do Japão.
O Estado adquiriu a propriedade e o Palácio em 1949.
O Parque e Palácio de Monserrate foram classificados como Imóvel de Interesse Público em 1975, integrando-se na Paisagem Cultural de Sintra, classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade desde 1995.