A história de Costa, no termo de Caparica, esteve intimamente ligada às atividades marítimas, especialmente à pesca artesanal, e por uma agricultura de subsistência, implantada em pequenas hortas de terrenos dunares, fertilizados durante várias gerações com espécies piscícolas de menor valor comercial e nutritivo. Os registos revelam desde século XVII, o lugar era destino de pescadores algarvios e ílhavos, nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro. Tudo indica que a fixação da Costa de Caparica deu-se durante o século XVIII, havendo provas documentais de ocupação humana e atividade social da Costa de Caparica:
Em 1747, José Gomes, morador na Costa de Caparica e natural de Ílhavo, apresenta certidão na Câmara Municipal com a vista a poder exercer o seu ofício de Alfaiate e ter loja aberta.
Em 1761, na sequência de um incêndio numa barraca, abre-se um processo-crime, envolvendo depoimentos de testemunhas locais. Este documento jurídico revela não só a fixação prévia, como também a própria vivência social.
O ano de 1770 é, erradamente, apontado como o ano da fundamentação, todavia não é por isso menos importante, uma vez que os primeiros mestres de "companhas" de pesca começam progressivamente a fixar residência na Costa de Caparica: a norte assenta o bairro dos ílhavos e a sul o bairro dos algarvios.
Se aos pescadores da “companha” oriunda da região de Ílhavo/Ovar, se ficou a dever a arquitetura dos típicos barcos de pesca denominados por “saveiros” da Costa de Caparica, também designados de “meia-lua”, estamos certos que as celebradas hortas das terras da Costa com os seus mimos, e os bosques de acácias que povoam as dunas ao longo do litoral, têm a “mão” da “companha” algarvia que se estabeleceu ao sul do território, peritos no recurso à agricultura como alternativa ou complemento da arte das pescas. As técnicas de contenção do avanço das dunas por recurso à plantação de acácias são secular, sendo tais práticas assimiladas já no período de ocupação muçulmana no litoral do Algarve, é deste modo que, o bosque de acacial progride na frente de mar do Concelho de Almada, segurando as areias, protegendo a agricultura e pincelando com as suas flores características a paisagem da região atlântica.