Ponte Filipina da Sertã
Vulgarmente, conhecida por Ponte da Carvalha,
Ponte Velha ou Ponte da Várzea, esta infra-estrutura foi construída durante o
domínio Filipino, no século XVII, com o objetivo de, eventualmente, substituir
uma outra ponte de origem romana existente nas imediações. Não há consenso
quanto ao custo da obra, havendo quem defenda que não se gastaram mais do que
19.000 réis na sua construção e quem sustente que o seu preço poderá ter
ultrapassado os 40.000 réis.
A ponte sempre assumiu uma importância
fundamental e estratégica, sendo uma das portas de entrada na vila. Aliás,
durante as invasões francesas, foi um dos locais utilizados pelos sertaginenses
para se defenderem da entrada das tropas inimigas.
Com cerca de 64 metros de comprimento, a ponte
assenta sobre seis arcos redondos de alvenaria de pedra. O tabuleiro
desenvolve-se em cavalete pouco pronunciado, quase horizontal de pedra. O
sistema de reforço é composto por cinco talha-mares triangulares, a jusante.
Lagar de Vara, na Alameda da Carvalha
Segundo o Padre António Lourenço Farinha
(1883-1985) no seu livro "A Sertã e o seu Concelho", a Alameda da
Carvalha é assim denominada porque ali foi feita nos tempos antigos uma
plantação de carvalhos, um dos quais se tornou célebre, não só pela sua
invulgar corpulência, pois o tronco tinha de circunferência 38 palmos mas,
principalmente, porque à sua sombra se realizou uma sessão magna da Câmara
Municipal nos meados do século XIV como consta do respetivo Livro de Registos
da Secretaria, árvore que ainda existia em 1874.
Os sertaginenses tiveram sempre o bom gosto de conservar,
cuidadosamente, este pequeno parque que é o sítio mais aprazível da Sertã. O
Padre Manso de Lima dizia, em 1730, que estava plantada de álamos e carvalhos,
chamando-lhe «uma nobre e espaçosa entrada» e Frei Cláudio de Menezes, em 1791,
«uma vistosa alameda».
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