sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Sé Catedral de Lisboa

Dedicada à Mãe de Deus desde 1147.

 Dedicada à Mãe de Deus, a Sé de Lisboa é um dos ex-libris da cidade e um dos mais significativos monumentos do país, pelo seu valor histórico, religioso e artístico. A sua construção iniciou-se em 1147, quando o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, reconquistou a cidade aos mouros e foi edificada sobre uma mesquita muçulmana – que por sua vez, como as escavações arqueológicas vieram confirmar, fora construída sobre um anterior templo cristão visigótico.

 Embora a cidade já fosse sede de bispado desde o século IV, pelo menos, e continuasse a dispor de um bispo cristão à época da Reconquista Cristã, no século XII, foi nomeado para essa função o cruzado inglês Gilberto de Hastings e as obras foram encetadas já sob a sua responsabilidade. O primeiro arquiteto foi Mestre Roberto, um francês de provável origem normanda, que também trabalhou na construção da Sé de Coimbra e do Mosteiro de Santa Cruz, na mesma cidade. Na altura, D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, mandou trazer do Algarve as relíquias do mártir São Vicente de Saragoça e depositou-as na Sé.

 O edifício original seguia os cânones do estilo românico, mas entre os séculos XIII e XIV sofreu as primeiras alterações. No reinado de D. Dinis, foi construído o claustro, já em estilo gótico. Posteriormente, o rei D. Afonso IV mandou construir o deambulatório, para seu panteão familiar, o que tornou a Sé mais apta a receber os peregrinos que vinham ver as relíquias de São Vicente. O deambulatório dá origem a dez capelas que tomam vários títulos, alguns deles ligados à Virgem: a Capela de Nossa Senhora da Penha de França, a Capela de Santa Ana, a de Santa Maria Maior e a de Nossa Senhora da Conceição. 

Nos séculos XVII e XVIII, foram efetuadas obras em estilo barroco, sobretudo a nível decorativo nos altares e na capela-mor. Na primeira metade do séc. XX, procedeu-se ao restauro do caráter medieval da Sé.

No interior, deve visitar-se a capela de Bartolomeu Joanes, um importante burguês da Lisboa medieval, e as escavações do claustro, que puseram a descoberto as sucessivas ocupações deste espaço. Embora boa parte do seu antigo espólio esteja conservado em museus (como o Museu de Arte Antiga), a Sé inclui uma coleção visitável, designada por Tesouro da Sé Patriarcal.

















































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