Foi originalmente construída em 1906 para regar os campos circundantes ao Rio Nabão e para transportar água a ofícios que dela precisavam, nomeadamente moinhos, é feita em madeira de carvalho, oliveira e nogueira.
O seu
funcionamento tem procedência árabe ou mesmo romana, e é um exemplo de boa
engenharia: açudes que atravessam o Nabão activam um mecanismo, fazendo a
roda mover-se e carregar água em alcatruzes de barro que andam aos pares.
Está situada
no Jardim do Mouchão, numa pequena ilha artificial no meio do rio com
acesso feito através de uma ponte que o liga à Avenida Marquês de Tomar.
A exigência
dos tomarenses para com o bom funcionamento da Roda do Mouchão é tão apertada
que enternece.
Em Tormar,
tirar aquele vagaroso ritmo à roda é como ceifar um Pelourinho, ou pior.
Para um tomarense, não há problema em caminhar mais um pouco e alargar um
desvio no caminho, só para que se possa passar perto dela, e garantir que
ela se move com a cadência do costume.
É assim que
Tomar vive tal máquina, havendo, de imediato, um reflexo dela para toda a
cidade: se a Roda do Mouchão não gira, a cidade de Tomar não mexe – como
se a primeira fosse o motor da segunda. O que em termos emocionais não deixa
de ser verdade.
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