Ao longo de mais de meio século, Amália Rodrigues cantou Lisboa, incarnando e projetando a cidade dentro e fora do país. A figura da fadista, alimentada pela indústria dos media, contribui para uma renovação da imagética fadista e da cidade. Na década de 1940, o escultor Joaquim Valente foi responsável por uma das representações plásticas mais icónicas da fadista.
De cabeça inclinada, de olhos fechados, de rosto sereno, o busto
de Valente retrata Amália em comunhão com as suas emoções e o fado. Esta obra
tornar-se-ia emblemática ao figurar na capa do álbum, gravado em 1962, no qual
Amália chama ao canto, pela primeira vez, as vozes de poetas eruditos e com o
qual a fadista inicia a sua parceria artística com o compositor Alain Oulman.
Sem título, seminal e revolucionário, o álbum ficaria conhecido para sempre como Busto. Associando-se às comemorações do centenário do nascimento da fadista, revisitando as coleções do Museu de Lisboa, esta exposição conta a história deste busto
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