No século XVI, um ataque de corsários franceses originou um dos mais impressionantes fortes de Portugal
A vila piscatória de Peniche desde
cedo suscitou preocupação em relação à sua defesa. Em 1557, Dom João III,
consciente da necessidade de reforçar a defesa a norte de Lisboa, e depois do
violento ataque dos corsários franceses, ordenou o levantamento da defesa de
Peniche ao conde de Atouguia, Dom Luís de Ataíde.
A espectacular torre de planta
circular seria concluída no ano seguinte, em pleno reinado de Dom Sebastião.
Depois de algumas interrupções na obra, em 1589, o arquitecto Filipo Terzo
encontrava-se na vila para dar continuidade à obra, tendo edificado quatro
baluartes que não cumpriam com as necessidades de defesa do espaço. Tal
aconteceu somente no reinado de Dom João IV, no processo de remodelação das
fortalezas do reino e do sistema defensivo da costa.
Sob a orientação de Dom Jerónimo de
Ataíde, a fortificação era concluída em 1645. Nesta tarefa, estiveram
envolvidos o Padre Simão Falónio, da Companhia de Jesus, e o sargento-mor
Belchior Lopes de Carvalho. Em 1671, concluir-se-iam os trabalhos de construção
do troço amuralhado da praça militar.
Defendida da plataforma terrestre
por um fosso, nascia, assim, uma das mais importantes fortalezas do reino com
vinte mil metros quadrados de área.
Nos meados do século XVIII, a
família Ataíde, dada a sua relação familiar com os Távoras, à época perseguidos
pelo marquês de Pombal, viram as suas propriedades confiscadas. Como resultado,
as pedras de armas existentes no Baluarte Redondo e na Porta de Armas da
cidadela foram picadas, numa tentativa de apagar a memória dos fundadores do
forte.
Forte de Peniche
Construção: Século XVI
Classificação: Monumento Nacional
Página oficial: www.museunacionalresistencialiberdade-peniche.gov.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário