Edificada
em 1514, dentro dos terrenos da cerca do Mosteiro de Santa Maria de Belém, foi
concebida por Boitaca e concluída por Rodrigo Afonso. De planta quadrada, o
corpo da capela é rematado superiormente por grosso cordão e pináculos torsos,
com gárgulas nos cantos. Os cunhais estão reforçados por quatro gigantes com
função estrutural, que apoiam a sustentação da cobertura, em abóbada
polinervada, e dos panos murários. A porta principal apresenta, na molduração,
diversa emblemática manuelina. No interior destaca-se o arco triunfal
polilobado, com decoração vegetalista, dando acesso à capela-mor, um corpo mais
pequeno e baixo, igualmente quadrangular. Esta mesma capela-mor já teve três
altares, recobertos de azulejos sevilhanos quinhentistas; aquele que existe
actualmente é já do século XX, e nele foram usados azulejos originais. A Capela
tem sido restaurada ao longo dos séculos, sendo o restauro mais recente aqule
que foi feito a par das grandes obras levadas a cabo no final do séc. XIX no
Mosteiro dos Jerónimos, como prova a inscrição gravada sobre a pequena porta
lateral: restaurada em 1886. Esteve sepultado nesta capela Pina Manique, (1733
- 1805), fundador da Casa Pia de Lisboa. SML
Pedro Álvares Cabral (1467-1520) foi um
navegador e explorador português, capitão-mor da frota portuguesa que avistou a
costa do Brasil em 22 de abril de 1500.
Pedro
Álvares Cabral nasceu no Castelo de Belmonte, na Beira Baixa, Portugal, no ano
de 1467. Foi o terceiro filho de Fernão Cabral e Isabel Gouveia de Queirós. De
família nobre, famosa nas lutas contra os mouros e castelhanos, estudou em
Lisboa onde aprendeu literatura, história, cosmografia e artes militares. Na
corte de D. João II (1481-1495) aperfeiçoou-se em cosmografia e estudou
técnicas militares.
No reinado
de D. João II começaram as grandes saídas marítimas. Experientes no uso de
caravelas, os portugueses passaram a explorar a costa ocidental da África. Em
1488, Bartolomeu Dias cruzou o cabo da Boa Esperança, extremo sul da África e,
em 1498, Vasco da Gama chegou a Calicute, na Índia.
Esquadra de Pedro
Álvares Cabral
Na corte
de D. Manuel (1495-1521), Cabral foi agraciado com o título de “Fidalgo do
Conselho do Rei e Cavaleiro da Ordem de Cristo”. Em 1499, foi nomeado
capitão-mor da esquadra que seguiria para a Índia, com missão diplomática,
comercial e militar.
Pedro
Álvares Cabral assumiu o posto de capitão-mor da frota, composta por dez naus e
três caravelas, a maior frota até então enviada ao Oriente, entregando o
comando a navegadores experientes como Bartolomeu Dias e Nicolau Coelho. Havia
pessoas importantes em cada navio como fidalgos e religiosos, entre eles, frei
Henrique Soares de Coimbra, o escrivão Pero Vaz de Caminha e ainda cientistas e
astrônomos.
No dia 9
de março de 1500, no porto de Lisboa, após uma missa, em meio a uma grandiosa
cerimônia com a presença do rei e sua corte, Cabral recebe das mãos do rei o
estandarte real, símbolo do seu poder, partindo em seguida para as Índias.
Chegada ao Brasil
No dia 22
de abril a esquadra avista novas terras. No dia 23 desembarcam no local
denominado Porto Seguro (hoje baía Cabrália), entre a ilha da Coroa Vermelha e
a baía rasa de Santa Cruz, na Bahia, travando os primeiros contatos com os indígenas.
Pero Vaz
de Caminha, na carta que envia depois ao rei D. Manuel, conta que Cabral,
resolveu mandar um pequeno barco, com Nicolau Coelho, para ver o local de
perto. Vinte homens pardos, todos nus se aproximaram do escaler. Os homens
traziam arco e flecha, mas a um sinal dos portugueses baixaram as armas.
No dia 26
de abril, na ilha da Coroa Vermelha, é rezada a primeira missa no Brasil. Nos
dias que se seguiram, Cabral organizou diversas excursões para conhecer melhor
o lugar. No dia 1 de maio, uma cruz foi levada até as margens, tinha as armas
de Portugal esculpidas, era o marco da soberania portuguesa. Foi colocada na
entrada da floresta, diante de um pequeno altar, onde foi celebrada a segunda
missa, como cerimônia de posse das terras, sob os olhares dos indígenas.
Rumo à Índia
No dia 2
de maio a nau de Gaspar de Lemos retorna a Portugal, levando a carta de Pero
Vaz de Caminha. Os demais navios seguem para a Índia. No dia 13 de maio, quatro
embarcações, entre as quais a de Bartolomeu Dias, é destruída pela tormenta.
Pedro
Álvares Cabral chega a Calecute na Índia, no dia 13 de setembro de 1500.
Recebido pelo rei, atacou os mouros, queimou dez naus ancoradas no porto e
matou cerca de 600 inimigos. Seguiu para Cochim e Cananor, onde carregou as
naus com especiarias. Retornou à Europa com um grande carregamento de
especiarias e produtos locais, aportando em Lisboa no dia 21 de julho de 1501,
com seis navios remanescentes da grande esquadra. Cabral é recebido com festas,
era a consolidação do comércio com o oriente.
Últimos Anos
Em 1503,
Pedro Álvares Cabral casa-se com D. Isabel de Castro, filha de D. Fernando de
Noronha e Constança de Castro, com quem teve seis filhos. É nomeado para o
comando de uma nova expedição, mas depois de oito meses de preparativos, é
substituído por Vasco da Gama. Em 1509, retira-se para sua propriedade perto de
Santarém. Em 1518 recebe o título de Cavaleiro do Conselho Régio.
Pedro
Álvares Cabral faleceu em Santarém, Portugal, no ano de 1520. Seu corpo foi
sepultado na Igreja da Graça.
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